domingo, 6 de dezembro de 2015

Parir, um ato de amor!

"Vanessa, como você foi corajosa!!!" A princípio eu me sentia super orgulhosa de escutar isso por haver decidido ter um parto domiciliar assistido por uma parteira. Mas depois eu fiquei pensando... o que realmente significa isso? Coragem está diretamente relacionada ao medo, ao risco, ao perigo... Sim, eu tive meus medos e eu os enfrentei. Mas a gestação não é cheia de medos e incertezas? E por acaso alguém te fala que você foi corajosa por ter ficado grávida? Quero dizer que não foi um ato de coragem. Eu realmente sentia que o melhor para mim e para meu bebê era passar por isso da maneira mais natural possível. Para tanto eu me preparei! Não foi uma aventura, eu realmente me preparei: eu li muito, caminhei, pratiquei yoga, preparei meu corpo, meu útero, meus pensamentos, meditei, chorei, conversei e desconversei, escutei mantras, participei de grupos, assisti filmes, mudei minha alimentação, pesquisei histórias, escutei mulheres... escutei muitas mulheres, tive apoio porque busquei apoio, segui minha intuição, enfrentei preconceitos, me posicionei, confiei e me empoderei! Para mim não foi um ato de coragem! Para mim foi um ato de amor! Eu vi como oportunidade de abrir-me por inteira... e assim foi! Para parir o Caetano Federico tive que abrir meu fundo, meu útero, meu corpo, minha mente e minha alma! Foi uma liberação total dos meus medos, bloqueios e couraças! E por isso sim sinto-me orgulhosa... por haver me deixado levar pelo vai-e-vem das contrações, por haver mergulhado nesse mar de emoções e poder compartilhar e ser solidária dessa experiência única que a natureza reservou a nós mulheres...